sábado, 24 de abril de 2010

Bem, um texto novo...

A TV COMO PROCLAMADORA DA SALVAÇÃO
*os blockbusters são a felicidade.


Desde antigamente o ser humano tem sede de saber, aspira por um conhecimento maior, mais elevado, divino. Sempre perseguiu, buscou, caçou sua salvação. Atos heróicos eram narrados para incentivar a centelha de inquietação divina dentro de cada pessoa. Assim vemos na TV.

Quantos nobres programas e filmes de pura violência gratuita não grudam os olhos de uma infindável multidão nas telinhas, tarde da noite, com seus baldes de sangue falso, tripas e explosões milionárias?

Tolos são os que vislumbram a felicidade e a divindade na paz, no amor, na reconciliação, na harmonia. E nossas madrugadas, tão cheias de sangue e ódio santo, douradas pelas explosões reprisadas em câmera lenta na TV, são flageladas pelo escárnio cruel de pastores que pregam o falso Deus do amor e da graça.

Mal sabem esses engravatados senhores roucos (e loucos) que a verdadeira felicidade habita nos filmes da guerra do Vietnã. Viva Rambo, Chuck Norris, Bruce Lee (o Mestre), Bruce Willis e suas sacrossantas explosões em Duro de Matar (de 1 a 4). Deus salve Van Dame, Schwarzennegger, Jackie Chan... Pois a própria história da humanidade nos revela: enquanto os deuses mandavam seus filhos para decepar cabeças de Medusas, enforcar Leões de Neméia e matar homens-touros em labirintos, a humanidade era feliz, culta, bela, saudável, um pináculo de toda a graça e bondade que hoje só cultuamos na lembrança.

Pois, depois que Deus mandou seu Filho para pregar o amor e a união, o mundo só degenerou: rixas ferrenhas vieram separar famílias, amigos, nações inteiras: capitalismo x socialismo; machismo x feminismo; heterossexualismo x homossexualismo... Fome, guerras, aquecimento global, fastfood, vegetarianismo, transgênicos, massificação, globalização, burrice generalizada, males incomensuráveis e impensáveis em outras épocas mais douradas.

Portanto, o que precisamos é de um retorno aos clássicos, à velha e idílica Grécia, onde, como dizia o poeta, "os homens eram deuses, as mulheres, semideuses, e os deuses eram fodas".

Bem, um pouco de latim...

Pedicabo ego vos et irrumabo,
Aureli pathice et cinaede Furi,
qui me ex versiculis meis putastis,
quod sunt molliculi, parum pudicum.
Nam castum esse decet pium poetam
ipsum, versiculos nihil necessest(necesse est);
qui tum denique habent salem ac leporem,
si sunt molliculi ac parum pudici
et quod pruriat incitare possunt,
non dico pueris, sed his pilosis
qui duros nequeunt movere lumbos.
Vos, quod milia multa basiorum
legistis, male me marem putatis?
Pedicabo ego vos et irrumabo.



[Catullus 16]