Escurece a vista do poeta, e logo deus ele contempla
Ele o vê e diz:
Eu, que achava que a vida era realmente divina,
Agora noto quão humana eu a tinha, e quanto joguei fora por causa de ti.
Deus, quando percebe mais um poeta no fim,
Logo se inquieta, enfim, a murmurar entre as barbas:
E eu, que pensava que a humanidade se jogava no inferno por vontade própria, logo terei a presença indesejada de mais um poeta,
Um cantor, um homem que agiu e atuou,
Fingiu que amou,
E me encontrou mais fácil que os meus...
E o menino desavisado,
Que caminhava no meio do campo onde o poeta e deus se encontram,
Olha pra cima e vê uma luz que desponta... deus pára e acompanha
A mão guia do menino. O poeta senta e canta feliz e sorrindo:
O que olhas eu ja vi, o que buscas eu ja sei,
O que pensas eu pensei, o que crias eu criei...
Porque tudo isso vivi, nem preciso lembrar, o pensamento que tenho
Eu só devo cantar
e Deus assustado, olha pra baixo e vê um poeta sentado, um menino brincando,
Flores ao vento e toda a sabedoria dançando.
Deus nao entende, e entao pergunta,
Como quem é onisciente:
Como podes tu saber tudo aquilo que eu sei?
Se és tu mesmo algo bem pequeno que criei.
Tu não sabes nem quem sou, muito menos algo que ainda não passou...
E o poeta, com a simplicidade que só tem quem já tudo pode ver, responde a deus:
só sei.
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Deus, pra mim, já foi algo muito importante...
Hoje ele é apenas deus.
[dá vontade...]
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
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2 comentários:
só sei [2]
hihihi
também já foi importante pra mim.
>>agora é só deus. [2]
x)
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