Aquele rapaz ali na calçada, cabisbaixo, pensativo, sou eu.
Aquele distinto senhor que esconde anos e esqueletos em todos os empoeirados armários de sua vida sou eu.
Aquela moça esvoaçante, toda olhos e sorrisos, sou eu.
Aquela criança de joelhos ralados e toda a esperança do mundo sou eu.
Aquele poeta sonhador de pena reticente sou eu.
Aquele bêbado que namora a lua sou eu.
Aquele velho frade de joelhos cansados e coração divinamente em paz sou eu.
Aquela bituca de cigarro abandonada após seu breve prazer sou eu.
Aquela pedra que caminha chutada por todas as estradas sou eu.
Aquele resto de tinta no pote do pintor sou eu.
Aquele destroço de naufrágio encalhado na praia sou eu.
Aquela vela apagada sou eu.
Aquele suspiro no escuro sou eu.
Aquele fim de mundo sou eu.
... E eu, quem sou?
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
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